terça-feira, 28 de setembro de 2010

Barbie&Ken (Parte IV)


Nos dias seguintes as coisas melhoraram, estávamos cada vez mais próximos um do outro e nada nem ninguém parecia importar, e não importava. Nem o nosso passado. Nem o nosso futuro. Mas as coisas começaram a ficar mal quando percebeste que tu gostavas mais de mim do que eu de ti, e isso não estava certo. Mas eu sempre pensei que não, que jamais gostarias de mim de verdade. Estava enganada. Aliás muito enganada. Sofri, muito, muito, mesmo muito quando percebi que afinal eras muito mais do que o rapaz sensível e terra-a-terra que tinha conhecido no Verão, mas que eras sim, o rapaz da minha vida. Chorei. Implorei. E nada. Tinha-te perdido para sempre. Todo o desprezo que te tinha dado, ou pelo menos todo o carinho que não te dei, foram o suficiente para que o teu amor por mim voassem para bem longe. E foi assim que aconteceu. Já não havia mais Barbie&Ken. Tinha acabado, e continuar a estar contigo quase o dia todo (porque fazíamos parte do mesmo grupo de amigos) tornava-se insuportável. Eu não conseguia olhar para ti e saber que nunca mais iria ver o brilho dos teus olhos ou a doçura do teu sorriso. Nunca mais. Tinha perdido aquilo para sempre. E a culpa era do meu coração, que sempre foi muito teimoso e acima de tudo estúpido. O tempo passou e as coisas foram-se acalmando e eu sempre tive esperança de que voltássemos a ser felizes como tínhamos sido em tempos. Lutei tanto, oh mas tanto, tudo o que te disse, tudo o que chorei, tudo o que fiz foi por ti e para ti. 
Era a tua última noite e eu estava de rastos, por fora não, mas por dentro despedaçava-me cada vez que me lembrava que aquela seria, talvez, a última oportunidade de te ver (e sei que tu também te sentias assim)... (continua no próximo episódio)

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