domingo, 7 de novembro de 2010

Não sei o que chamar a isto

Sabem o que que custa no meio disto tudo? Custa que me magoou a mim própria, faço-me sentir péssima, pequenina no meio da tanta gente, sofro por culpa própria, sufoco-me com as minhas próprias mãos. Faço isto não sei como, nem sei porquê, mas gostava muito de obter um resposta. Gostava de saber o que se passa, e o que que não se passa. Porquê que eu não reajo como sempre reagi toda a minha vida, com força e esperança? A miúda desleixada que nem se importava com as consequências, e hoje vive constantemente a pensar nelas e a reflectir sobre o passado. Estou farta de pensar, e cada vez me enquadro mais com a filosofia de Fernando Pessoa " que nojo de mim me fica", "este tédio de pensar". Sinto que o Eu que eu conheço já não está mais, foi-se embora, com a menina que eu era, menina que era os olhos de toda a gente, a menina sossegadinha com um sentido de humor oportuno que chegava a casa e só queria brincar com as suas barbies. Óbvio que cresci, mas essa vontade de chegar a casa e brincar com as  barbies, essa ainda se mantém, e tenho muita pena que já não o possa fazer, porque sei que aí era feliz, aí ninguém me ia faltar com nada, ninguém ia falar mal de mim nas minhas costas, ou na minha frente, aí ninguém me espetava facas enquanto me abraçava, aí eu tinha um sorriso verdadeiro na cara , um sorriso de felicidade, isso mesmo de felicidade. 
Hoje posso continuar a sorrir muito, porque é uma coisa que está em mim, rir de tudo e de nada, mas nem sempre esse sorriso é de felicidade, por vezes é por simpatia, ou satisfação e só em alguns breves momentos é que é de verdadeira felicidade. Acho que sei o que se está a passar. Estou quase a entrar na "idade adulta", que sei que na prática nada vai mudar, mas cá dentro está a mexer muito comigo. Tenho medo de deixar de ser a menina dos papás, que a minha mãe já não me vá dar mais o beijinho de boa noite, ou que os meus avós deixem de chamar babinha (que apesar de eu detestar) eu gosto de ouvir. Tenho medo de que o meu irmão pense que eu já sou demasiado velha para brincar com ele, que as minhas amigas já não queiram mais recordar aquilo que fazíamos quando ainda éramos umas criancinhas, tenho medo que quando para o ano voltar ao parque de campismo que as coisas estejam mudadas e que já nada vá ser igual. Sinto-me triste e nostálgica por isto e também por estar mal do coração, vocês sabem disso. Sinto-me ainda pior por ir entrar numa nova etapa da minha vida e não me sentir deveras realizada, nada mesmo. Sinto-me vazia, sem nenhuma esperança no bolso, mas espero do fundo do meu coração que tudo isto não passe de mais uma lição de vida e que eu saia a ganhar. Só quero recuperar aquilo que alguém me roubou.

1 comentário:

  1. Fiquei a pensar muito, e vi-me na mesma situação que tu.
    Acho que já estive igual, e que secalhar por vezes, ainda passo por ela. acredita que é uma fase e que no fim vais sair a ganhar. tens que sorrir para a vida, por mais que, por vezes, sintas que não tens coragem, nem forças para tal. O sorriso é a nossa maior arma. Para ganharmos temos sempre que sorrir. Sorrir de verdade.
    Sorri que vais vencer, barbie. Um beijo e força querida

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